Explosion in the Munitions Magazine in Maputo, Mozambique Kills 80 and Injures Hundreds

2007/03/23 - 14:12

Violent explosions shook the city of Maputo and surrounding areas on Thursday, March 22 following a large fire in the munitions storage area in the Malhaine District. The cause of the fire is still unknown. However, it has resulted in at least 80 deaths and some 300 people being injured, some seriously.

The country's president, Armando Guebuza, who was scheduled to be in Pretoria, today (March 23) to discuss economic matters with the South African president, has cancelled his schedule in order to closely follow the situation. The national government ministers met in emergency session this morning.

According to news reports, the first started shortly after 1600 (4PM) local time. This was followed by violent explosions. Panic and fear spread quickly among the thousands of people in the area. Schools closed. Families started showing up at hospitals to find lost family members. Telephone service was interrupted, adding to the lack of information and the inability of people to find family members.

According to eye-witnesses, military equipment, including mortars and rockets, was blown into nearby neighborhoods, including Hulene, Malhazine, Benfica, "25th of June", and others causing the destruction of homes. Windows were blown out of buildings over a large area, including the center and southern area of the capital city.

Medical personnel mobilized to treat the high number of injured that began arriving at hospitals through the area. The list of dead went from 13 last night to 80 by this morning. Officials say that the death toll will most likely continue to rise as well the number of injured. Many areas have not been yet reached by emergency personnel due to difficulties accessing certain areas.

The disaster started a few minutes after 1600 hours. People were initially unaware of the cause of the explosions. However, small objects began falling from the sky. This lasted for about an hour. Then the explosions got considerably larger and things began falling in several districts. Building in the center and southern portion of the city began shaking and windows began shattering. People began running to the other side of town to seek shelter.

Thousands could be seen fleeing in panic. Many left their homes only to have their homes destroyed by the objects dropping out of the sky.

Smoke and enormous balls of fire could be seen from kilometers away.

The strongest explosions continued for more than two hours. However, explosions continued throughout the night.

(translation from news reports in Portuguese)

EXPLOSÕES NO PAIOL DE MAPUTO CAUSAM CERCA DE 80 MORTOS E CENTENAS DE FERIDOS

2007/03/23 - 14:12


Violentas explosões sacudiram ontem a cidade de Maputo e arredores, em consequência de um incêndio de grandes proporções que se registou a meio da tarde no paiol das FADM no bairro de Malhazine. São ainda desconhecidas as causas do incêndio. Até ao momento há registo de 80 mortos e de 300 feridos, entre graves e ligeiros. Ainda ontem, o Chefe do Estado, Armando Guebuza, que havia agendado para hoje, em Pretória, uma cimeira económica com o seu homólogo sul-africano, Thabo Mbeki, adiou a deslocação para acompanhar de perto o evoluir da situação. Na manhã de hoje, o Conselho de Ministros reuniu-de de emergência.

Segundo o jornal "notícias", o incêndio começou pouco depois das 16 horas, ao que se seguiram violentas explosões. Rapidamente o pânico e o desespero tomaram conta de milhares de pessoas, o trânsito congestionou-se e escolas foram encerradas. Nas principais unidades hospitalares era notória a presença de várias pessoas procurando saber do paradeiro dos respectivos familiares, cenário agravado pela dificuldade do estabelecimento de comunicações telefónicas.
Segundo testemunhas, artefactos militares foram projectados para bairros circunvizinhos, como Hulene, Malhazine, Benfica, 25 de Junho, entre outros, havendo a registar a destruição de residências, bem como vidros de montras partidos em vários estabelecimentos comerciais, mesmo no centro e na baixa da capital.
O “Notícias” apurou ainda que todo o pessoal médico foi mobilizado para dar o seu apoio, visando dar resposta ao elevado número de feridos que dava entrada de forma contínua nas principais unidades hospitalares. Ao princípio da noite de ontem, havia o registo de pelo menos treze mortos no que subiu para cerca de 80 ao fim da manhã de hoje. Dada a gravidade da situação, e segundo entidades ligadas ao sector de Saúde, era de prever que o número de feridos e mortos viesse a subir, dado que muitas zonas atingidas ainda tinham os seus acessos vedados, o que dificultava o socorro aos necessitados.

COMO TUDO COMEÇOU

Passavam poucos minutos das 16 horas quando tudo começou. Ninguém soube explicar ao certo o que terá provocado as explosões. Porém, segundo testemunhámos, os primeiros estilhaços eram projectados para bairros como Magoanine, Guava e Mahotas.
A avaliar pelo nível do ruído que se podia ouvir nas proximidades, os estilhaços eram de pequena dimensão.
Todavia, este cenário só se manteve até cerca das 17 horas. De repente o ambiente mudou. Os estrondos começaram a fazer-se sentir com maior impacto, com os projécteis a irem cair em diversos bairros. No centro e baixa da cidade os prédios estremeceram e vidros de montras e janelas de residências e viaturas estilhaçaram-se. Os estrondos repetiam-se e, por toda a cidade, as pessoas corriam de um lado para outro, procurando abrigo.
Enormes bolas de fogo e nuvens de fumo iam subindo ao céu a partir do paiol, podendo ser vistas a quilómetros de distância.
Pelas ruas de Malhazine e bairros circunvizinhos viam-se multidões fugindo, na procura de protecção.
Os estrondos mais fortes prolongaram-se por mais de duas horas, começando a enfraquecer ao princípio da noite.
As pessoas abandonavam as suas residências, algumas delas providencialmente, porque aquelas foram atingidas pelos projécteis. Há, entretanto, relatos de pessoas que foram atingidas no interior das suas casas.
As explosões continuaram, já mais espaçadamente e com menor intensidade, ao longo da noite.
Entretanto, a Polícia da República de Moçambique reforçou os seus efectivos, para proteger alvos cujos vidros se estilhaçaram, entre eles estabelecimentos comerciais, bancos, farmácias e outros.